quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Dificuldades de contratarTrainee

Dificuldades de entendimento entre empresas e jovens querendo emprego criaram uma situação inusitada. Uma pesquisa revela que está sobrando talento, mas faltando mão-de-obra na hora de contratar estagiários e trainees. O levantamento mostra ainda que os jovens estão ditando as regras nas relações de oferta e procura do mercado de trabalho.

A conta não fecha. Uma multinacional do setor farmacêutico quer contratar 20 estudantes. Já recebeu cerca de dez mil currículos. E mesmo com tanta gente na briga, ainda não encontrou ninguém. O problema passa longe da falta de qualificação.

"O ponto xis da questão é o comportamento. Então, eles são barrados pela questão comportamental. Carreira, remuneração, exposição internacional. Normalmente, eles buscam por isso. Só que eles não querem esperar o tempo para que essas coisas aconteçam", diz Mirella costa, gerente de recursos humanos.

De um lado, jovens que cresceram no mundo sem fronteiras da internet, cheio de possibilidades; que são hiperativos, e, muitas vezes, imediatistas. De outro, empresas que construíram durante anos uma estrutura hierárquica e de funcionamento.

Quem estuda o mercado de trabalho diz que o que está acontecendo nas companhias hoje pode ser definido por uma expressão muito usada dentro de casa: conflito de gerações.

O que antes era o emprego dos sonhos para os recém-formados, já não interessa tanto assim.

Um levantamento com 180 grandes empresas mostra que 20% das vagas de trainee não são preenchidas.

"O que a empresa busca, às vezes, não está casando com o perfil desse jovem: como ele está acostumado a se comportar; a forma dele de se colocar no mundo é diferente do que a empresa busca", afirma o coordenado da pesquisa, Paulo Seixas.
A maioria dos estudantes - 54% - acredita que o ingresso no mercado depende só de dinamismo e criatividade. A faculdade vem em segundo lugar para 21%. E uma minoria considera relevante os cursos extracurriculares: 17%.

Uma rede de supermercados deixou o programa de trainee mais atraente. Os jovens passam por todas as áreas da empresa, viajam para a França, e, depois de efetivados, são acompanhados de perto.

“A gente precisa aumentar as chances de retenção desse jovem. Ele não pode achar que, ao ser posicionado no 11º primeiro mês, ele em um mês vira gerente. E não é assim. E todo esse trabalho vem junto. Porque, muito mais importante do que o programa trainee para atrair e recrutar, é a retenção pós-programas”, afirma Cláudia Elisa Soares, diretora de recursos humanos.

Três idiomas fluentes, graduação no exterior, cinco anos de experiência internacional, Marcela Magnativa Lucena é um retrato da nova geração de profissionais. Mas ela foi convencida de que o que precisa agora é ter calma.

“Acho que muitos procuram essa velocidade na carreira, o título de gerência, o status de poder, né? E eu acho que o mais importante para o candidato é que encontre, na verdade, uma empresa que esteja alinhada com seus valores”, afirma.

Fonte: Excelência Global

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